segunda-feira, abril 02, 2007

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Amo-te quanto em largo, alto e profundo
Minha alma alcança quando, transportada,
Sente, alongando os olhos deste mundo,
Os fins do Ser, a Graça entressonhada.

Amo-te em cada dia, hora e segundo
À luz do Sol, na noite sossegada.
E é tão pura a paixão de que me inundo
Quanto o pudor dos que não pedem nada.

Amo-te com o doer das velhas penas;
Com sorrisos, com lágrimas de prece,
E a fé da minha infância, ingênua e forte.


Amo-te até nas coisas mais pequenas.
Por toda a vida. E, assim Deus o quiser,
Ainda mais te amarei depois da morte!


Este poema encontra-se num caderno de poemas, publicado sob o título Sonnets from the Portuguese (Sonetos traduzidos do Português). O poema que decidi partilhar é considerado o mais belo poema de amor escrito por uma mulher, em língua inglesa. Todos estes escritos foram legados a Robert Browning antes da escritora morrer e são o testemunho eterno do grande e puro amor que eles viveram. Esta é uma grande história de amor, coragem, cumplicidade e entrega entre estes dois seres, que para além de todas as afinidades que tinham, partilhavam a paixão pela poesia. Ai, ai como adoro histórias de amor!!!